quarta-feira, 19 de agosto de 2009


Falando sobre paternidade. Estava voltando para casa, sempre observador aos fatos que estão ao meu redor. Uma mulher conversando em tom alto com outro rapaz disse para ele que mãe é uma só. E pai é universal. Assustado com esse comentário perguntei se foi isso que eu escutei. E me respondeu com toda simpatia, dizendo que até eu poderia ser pai da filha dela. Fiquei sem graça e continuei a minha caminhada. (Que cara abusado eu sou).Os homens tornam-se pais pelo tempo, pela escolha e, sobretudo pelo convívio.

Não é nenhum imperativo biologico. A ligação com os filhos começam quando nasce o bebê e vai crescendo lentamente. E também acho que não é uma imposição cultural. Posso dizer que é situações da vida.
Nos primeiros meses do meu filho eu me separei da minha esposa, tive medo de perder contato com o meu filho. Acordava angustiado no meio da noite, vivia com raiva. Fiquei firme. E hoje ele está cheio de saude. Hoje a presença dele me enriquece de tal forma que eu não sou capaz de descrever, nem mesmo de dimensionar. Pois sua diversão e colocar sua mão na minha boca para pegar minha lingua. Coisa de bebê.

O caso de um amigo que conheço é exemplar. Não consigo evitar simpatia pelo pai dele. Afastado do filho pela fuga da mulher, cercado de advogados e suas recomendações, esse sujeito teve que habitar numa ilha. Só raiva, culpa e frustração. Não viu o filho por quatro anos porque isso prejudicaria a sua causa, mas nem por isso conseguiu levar o menino de volta. Com a morte da ex-mulher, outro homem assumiu a posição de pai. Um inferno.

Amizades vai e vão. Ja não o vejo a anos. Porem nessa altura ele deve estar intoxicado de ódio e sensação de injustiça. Ele é vítima, mas isso não vai consertar a sua relação com o filho e nem garante que o tenha de volta. O futuro de ambos depende de estranhos e de arranjos jurídicos. Dificilmente irá conquistar por motivos democráticos. De uma interferência bem elevada.

Nesses meus bate papos conversei com uma amiga que é advogada. É uma mulher mais velha, bonita, simpática e bastante antenciosa de uma praticidade que me chocava. Ela é do jeito que eu gosto. Não volta atras. Objetiva e clara. Sempre a busca de novas tecnologias. Ela não demonstra sentimentos mas sabia o que eles me causavam. Ao decorrer da conversa dizia o tempo todo a mesma coisa: “Pense nos filhos. A raiva passa, eles ficam”.

Um comentário:

  1. Vc é profundo em suas explanações!

    Mas em poucas palavras eu resumiria tudo! Pai é aquele que demonstra carinho, laços de consanguineos são superfulos se comparados ao amor! Só basta o ser humano ser capaz de compreender esta gama de sentimentos!

    Amei o meu pai, até msm os seus erros e defeitos eu soube perdoar!E olha que não foram poucos não! Sempre o vesti com a capa do SUPER HOMEM, qndo na verdade ele era o vilão!!! Mas deixa para lá!

    Porém faço uma indagação: E aqueles que não tiveram a oportunidade de crescer ao lado de uma figura paterna que os guiasse pelo mundo....

    O papel das "Pãe" Pai+Mãe é decisivo na constução do caráter do indivíduo!???

    Querido por hoje é só... Obrigada por ter partilhado este momento seu comigo!
    Bjus! Te adoro!

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