terça-feira, 8 de setembro de 2009


Tenho visto relacionamentos acabarem porque um dos parceiros gosta de drogas e as usa regularmente, e o outro, não. Mesmo nos relacionamentos que não terminam por esse motivo, as drogas constituem uma zona de atrito e desgaste constante.
Nesse mundo de fronteiras, um elemento ainda parece funcionar como divisor de águas nos relacionamentos: as drogas. As pessoas que usam e as que não usam drogas pertencem a tribos diferentes. As duas tribos convivem socialmente, mas, na vida íntima, pouco se misturam ou se misturam mal. Por que isso acontece?

A ilegalidade estimula a sensação de pertencer a um grupo que se compreende, se ajuda e se diverte junto. Se o parceiro não faz parte desse grupo, ele não divide momentos importantes da vida do outro. Desconhece o barato. Não entende algo importante que motiva o parceiro. Oferece menos cumplicidade do que poderia.

Além disso, drogas constituem um estilo de vida. Se você gosta de tomar todas, se você faz isso toda hora, dificilmente vai manter um namoro ou casamento com uma pessoa que acorda cedo e pratica esportes. As pessoas em geral não se drogam para ficar em casa vendo vídeos. Elas querem sair, querem barulho, querem gente. Vão até tarde. Há uma cultura de excessos ligada às drogas que afasta quem está interessado em sossego e vida interior.

É terrível, mas continua sendo uma escolha pessoal. As pessoas têm o direito de escolher arruinar a própria vida, mesmo quando isso vai causar dano a um monte de pessoas que está em volta. É exatamente como acontece com o álcool. As pessoas se viciam, caem por aí, envergonham os filhos, destroem a família, frequentemente morrem indigentes quando se trata de gente pobre. Quem acha que temos de proibir o consumo legal de álcool por causa disso? Já foi tentado, seria inútil.
Mas, assim como as pessoas podem escolher se drogar, os outros podem escolher se querem ou não se relacionar com isso.

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